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27/09/2025 06:16
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Barbosinha diz que não houve diálogo sobre saída do PT da base de Riedel

Vice-governador Barbosinha (PSD). Foto: Helder Carvalho, Jornal Midiamax

O vice-governador, José Carlos Barbosa — o Barbosinha (PSD) —, disse que não houve diálogo com o PT (Partido dos Trabalhadores) sobre a saída do diretório da base do Governo de Mato Grosso do Sul. Nesta segunda-feira (11), o gestor estadual disse que as atividades com os petistas seguem normalmente.

Assim, comentou sobre evento em Dourados no último sábado (9). “Com a representação, inclusive, do Partido dos Trabalhadores, integrado aos outros partidos, o Estado caminha normalmente”, pontuou Barbosinha.

Contudo, disse que não houve conversa com o partido sobre a decisão unânime da sexta-feira (8), quando a Executiva petista decidiu deixar a base do Governo.

“Não, essa conversa eu acho que tem que ser do Partido dos Trabalhadores com o governador, mas até o momento o que nós sabemos é pela imprensa”, disse.

O PT-MS confirmou que não houve diálogo de nenhuma das partes. Em coletiva, o deputado federal Vander Loubet (PT) disse que a nota do governador Eduardo Riedel (PSDB) sobre a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi a base da decisão.

“Acredito que com a nota o governador deixa claro com quem que ele quer fazer política aqui no Estado. Nós ficamos numa situação desconfortável, participando do governo e o governo defendendo a extrema direita”, explicou Vander.

Decisão do PT

A diretoria do PT realizou reunião nesta sexta-feira (8) para definir a situação sobre a saída da base de Riedel.

O presidente estadual da sigla lembrou que a entrada para o Governo “foi uma decisão política para que a extrema-direita não ganhasse aqui em MS. Grande maioria apoiou Eduardo Riedel quando ele tinha mais de 15% atrás do seu adversário”.

O deputado estadual e presidente do PT em Campo Grande, Pedro Kemp, relembrou que o apoio em 2022 foi para derrota da extrema-direita. Contudo, disse que “a polarização permanece e, infelizmente, o governador e o seu grupo político está tomando um lado. Que lado que é esse? É o lado que nós ajudamos a derrotar em 2022, que é a extrema direita”, destacou.

Parte do PT já demonstrava o desejo da sigla sair da base governista durante a campanha do PED (Processo de Eleição Direta) do PT meses atrás, mas lideranças aguardavam a decisão do governador sobre qual lado apoiar em 2026.

Para a deputada estadual Gleice Jane (PT), o governo já demonstrava sinais para qual linha seguiria há algum tempo. “O Governo vem dando alguns sinais da linha que ele segue já há algum tempo. Final do ano, como ele reagiu violentamente contra os povos indígenas que lutavam por água, aquilo foi o símbolo muito forte de como ele pensa, de como ele age”, criticou a deputada.

Relembre a nota

Na terça-feira (5), Riedel disse que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) “nada disso ajuda os brasileiros neste momento de grandes e graves incertezas econômicas”.

Para o governador, a prisão “só compromete ainda mais a pacificação do país. Precisamos pensar menos em política e mais no país agora”. 

Assim, afirmou que o “Brasil real precisa da normalidade institucional para superar os inúmeros desafios de um país ainda muito injusto e desigual. Que voltem urgente a serenidade e o bom senso”, se posicionou.

Na visão de Riedel, a medida representa “excessos judiciais” que implicam na escalada da tensão política e jurídica no país.

Dândara Genelhú, Anna Gomes, Midiamax

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