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27/09/2025 03:04
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Comportamento pesa mais que técnica e causa 50% das demissões no Brasil

Foto: Reprodução internet

Metade das demissões em 2024 não teve nada a ver com falta de técnica ou conhecimento, e sim com comportamento. É o que revela o 6º Observatório de Carreiras e Mercado, realizado pelo PUCPR Carreiras, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. O levantamento mostra que, entre os desligamentos registrados no ano passado, 50% ocorreram por questões comportamentais. Na sequência, empatados com 25% cada, aparecem a automação de atividades e os cortes para redução de custos.

A pesquisa ouviu 3.631 estudantes, 3.655 ex-alunos e 583 empresas de recrutamento. Os resultados reforçam uma tendência clara: mais do que saber fazer, é preciso saber conviver.

“O mercado valoriza profissionais que unem competência técnica e habilidades para uma boa convivência. Um único indivíduo com atitudes negativas pode comprometer toda a equipe, surgem conflitos, a produtividade cai e talentos são perdidos. Por isso, é preciso olhar para o autoconhecimento”, afirma Luciana Mariano, coordenadora do PUCPR Carreiras.

Segundo ela, o sucesso está cada vez mais apoiado no equilíbrio entre executar bem as tarefas e construir relações saudáveis.

“Mais do que dominar ferramentas ou processos, é preciso desenvolver inteligência emocional, empatia, respeito e responsabilidade nas relações, além de se autoavaliar sempre, se questionando sobre sua postura nas relações do dia a dia e a sua forma de lidar com as emoções e com os outros no ambiente de trabalho”, acrescenta.

O estudo também mapeou quais habilidades ganharam mais valor em 2024. Liderando a lista, comunicação oral (11,46%), seguida de planejamento (10,73%), solução de problemas (10,18%), gestão de conflitos (7,51%) e comunicação escrita (7,42%).

O cenário é bem diferente do de 2021, quando a pandemia ainda moldava o mercado e a solução de problemas (12,58%) ocupava o topo. Hoje, as demandas mudaram, e rápido.

Essa agilidade é percebida também no esforço para se manter relevante: 76% dos participantes afirmam estar investindo na aquisição de novos conhecimentos, enquanto 16,32% das empresas dão prioridade aos candidatos que demonstram disposição para se atualizar.

Para Luciana, acompanhar o ritmo das mudanças é essencial.

“Atualizar conhecimentos e desenvolver novas competências é uma necessidade. Aqueles que mantêm o aprendizado constante conseguem se adaptar às mudanças, identificar oportunidades e compartilhar conhecimento. Essa prática ajuda não só na carreira individual, mas também no desempenho das organizações, que precisam de pessoas preparadas para aprender, mudar e colaborar”, ressalta.

Informações: Agência Brasil

Texto: Angela Schafer

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