Mato Grosso do Sul registrou um marco histórico na produção de milho, alcançando 14,2 milhões de toneladas, volume que superou em mais de 4 milhões a projeção inicial de 10,1 milhões. O resultado representa crescimento de 68,2% em relação à safra passada, segundo dados do Projeto SIGA-MS, divulgados no último dia 2 de setembro.
Mesmo com a área cultivada praticamente estável, em 2,1 milhões de hectares, o salto na produtividade foi o principal responsável pelo recorde. A média estadual chegou a 112,7 sacas por hectare, avanço de 68,1% em comparação ao ciclo anterior. O desempenho foi impulsionado por uma combinação de fatores: clima favorável em momentos decisivos, plantio realizado na janela ideal, adoção de tecnologia e boas práticas de manejo.
A semeadura concentrou-se entre fevereiro e março, garantindo condições ideais para o desenvolvimento das lavouras em abril, quando as chuvas chegaram em volume adequado. O boletim aponta que 78,1% das áreas foram classificadas como “boas”, 15,3% como “regulares” e apenas 6,6% como “ruins”.
Apesar do cenário otimista, especialistas reforçam a necessidade de cautela, já que a colheita ainda não foi concluída. Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS, avalia que os números refletem um momento promissor, mas que o resultado final depende do fechamento da safra.
Para o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, o recorde é reflexo de boas condições climáticas e expansão da cultura no Estado. “Superamos a marca de 14 milhões de toneladas. Isso é fundamental, pois temos uma elevada demanda interna, especialmente para a produção de etanol de milho e para o setor de proteína animal, que tem aumentado o consumo. Com essa oferta, Mato Grosso do Sul não só garante o abastecimento local, como também exporta para estados demandantes como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná”, destacou.
Outro ponto ressaltado pelo secretário é que o milho ocupou cerca de 45% da área de soja no Estado, abrindo espaço para diversificação de culturas e atração de novos investimentos, especialmente no setor de etanol.
Impactos econômicos
O recorde na produção de milho deve impulsionar a economia sul-mato-grossense, aumentando a renda agrícola, a rentabilidade dos produtores e a competitividade do agronegócio. Para Jean Américo, analista da Famasul, o avanço consolida o Estado como referência nacional e internacional. “Além de ampliar o superávit comercial e fortalecer a capacidade exportadora, esse cenário favorece investimentos em tecnologia, logística e infraestrutura, consolidando o milho como vetor estratégico do crescimento econômico regional”, avalia.
Municípios com maiores produtividades (sacas/hectare):
- Chapadão do Sul – 173,3
- Alcinópolis – 160,0
- Sonora – 152,5
- São Gabriel do Oeste – 147,1
- Brasilândia – 145,8
Municípios com menores produtividades (sacas/hectare):
- Ivinhema – 57,8
- Rochedo – 50,7
- Aparecida do Taboado – 35,0
- Nova Andradina – 31,0
- Aquidauana – 19,1
Angela Schafer/Informações: Acrissul