Mato Grosso do Sul reafirmou seu compromisso com a agenda climática global durante a XVII Reunião do Fórum Nacional de Governadores, realizada na semana passada, em Belém (PA). O encontro reuniu representantes de 22 estados no Parque da Cidade, local que sediará a COP30 em 2025, para alinhar propostas conjuntas em defesa da sustentabilidade, combate às mudanças climáticas e preservação ambiental.
O fórum abriu espaço para debates estratégicos sobre transição energética, combate a incêndios, preservação da Amazônia, indenizações por conflitos fundiários indígenas e outros temas relacionados à justiça ambiental.
Representando Mato Grosso do Sul, o governador em exercício José Carlos Barbosa, o Barbosinha, apresentou iniciativas pioneiras que colocam o Estado em posição de liderança nacional, como a Lei do Pantanal, o Fundo de Compensação Ambiental e o fortalecimento das brigadas de incêndio. Ele reforçou a vocação verde, digital e inclusiva de MS.
“Discutimos pautas que dizem respeito a todo o Brasil. Mato Grosso do Sul avança com políticas que conciliam desenvolvimento econômico e sustentabilidade, mostrando que somos um Estado essencialmente verde, próspero e inovador”, destacou Barbosinha.
A secretária-adjunta de Governo e Gestão Estratégica, Ana Nardes, ressaltou a importância da participação ativa dos estados no processo de construção da COP30. “Os estados precisam estar no centro das decisões para que as políticas ambientais tenham maior alcance e efetividade”, avaliou.
Na mesma linha, a superintendente de Gestão de Ativos Ambientais da Semadesc, Ana Trevelin, destacou a ascensão da pauta ambiental no planejamento estratégico de Mato Grosso do Sul. “O meio ambiente deixou de ser tema secundário e se tornou pilar central para o desenvolvimento sustentável do Estado e do país”, afirmou.
Já o secretário da Casa Civil, Eduardo Rocha, lembrou que Mato Grosso do Sul foi pioneiro ao criar um fundo ambiental próprio destinado ao Pantanal. “É o único do Brasil com essa característica, e mostra a seriedade com que tratamos esse bioma único”, ressaltou.
Compromisso coletivo para a COP30
Entre as lideranças presentes, o governador do Pará e anfitrião do evento, Helder Barbalho, reforçou a necessidade de união em torno da agenda climática. “Queremos que esta seja a COP do Brasil, colocando a floresta no centro das negociações. Não há justiça climática sem justiça social”, afirmou.
O encontro foi marcado ainda pelo lançamento de uma carta conjunta dos estados, consolidando um posicionamento unificado do Brasil em relação à COP30 e reforçando o papel estratégico das lideranças estaduais nas negociações globais sobre clima.
MS como referência ambiental
Mato Grosso do Sul se destaca no cenário nacional por antecipar em 20 anos a meta de neutralidade de carbono prevista no Acordo de Paris para 2050. Com o plano “Estado Carbono Neutro” e o Projeto Roadmap Território Carbono Neutro, já implementado em 42 municípios e em expansão para todo o território, o Estado estrutura ações concretas para reduzir emissões de gases de efeito estufa.
Entre os resultados, estão a matriz energética composta por 94% de fontes renováveis, a liderança nacional em bioenergia, a redução de 58,6% no desmatamento do Pantanal em 2024 e a execução do Pacto pelo Pantanal, iniciativa multissetorial que integra combate a incêndios, recuperação de áreas degradadas, incentivo à produção sustentável e fortalecimento da governança ambiental.
“Essas conquistas demonstram que Mato Grosso do Sul alia desenvolvimento econômico à preservação dos biomas, contribuindo com a justiça climática. É essa experiência que queremos levar à COP30”, concluiu Barbosinha.
Informações: Semana On
Texto: Angela Schafer